Sem seu carinho

Hoje sou perdido em sonhos,
abandonado, no rumo dos desvarios,
dado ao ritmo dos medonhos
pensamentos cismáticos e frios.

Falta-me a expectativa
de sair desta maldita aridez,
que em minha mente faz guarida,
abafando-me qualquer lucidez.

Só um raio de luz rasgando meu ser,
me faria sair desta amargura.
Como necessito eu de saber
o que tem ela na cabeça? Como é dura.

Era o Sol e a Lua em harmonia,
era todo o meu sonho de entardecer.
Fora o seu ciúme uma mais-valia,
assim, transtorna-me o viver.

Minha chama é por esta miúda,
que me incendeia o coração,
mas dar confiança que iluda,
não concedo tão dura ilusão.

Deixa-me sem ar, sem fôlego, sem chão.
Rastejo por ela, que me agigante!
Devo mendigar seu calor, por paixão?
É ímpio este amar, mas adoçante.

É singular o seu sorrir, é soberbo,
lava-me o limo do orgulho,
faz-me mais perspicaz no acervo,
das poesias em que mergulho.

Sem seu carinho, em perspectiva,
nem consigo mais respirar. É medonho!
Esta doce menina, mudou-me a vida,
tirou-me do meu recanto de sonho.