Menina travessa

Eu bem tento imaginar-te nua,
única, brilhando para mim,
mas o teu cheiro disperso na rua…
atordoa-me, esse odor solto assim.

As tuas palavras me ordenam:
faz um poema para mim.
Eu bem teimo, mas as rimas nem acenam:
Menina travessa, de pele de carmim.

Ilude-me, que eu adoro sorrisos,
mentiras dessas com amor,
embebidas do perfume do pudor.

Que importa se esquecemos os sisos?
Sendo o nosso éden em fogo de ternura,
se a carne já está quente e em brandura.