Martelo, martelo

Ao cair da tarde, toco a balada,
que guardo secreta ainda tão sano,
divaga o espaço da tarde calada,
martelando as notas deste piano.

Afundo no abismo dos sons audazes.
Martelo, martelo e o som não sai,
até o teu rosto sair dos cartazes,
intrigante, ameno e a máscara não cai.

Dispo estes medos, em pura aflição,
no bater destas teclas em nácar.
Martelo, martelo e prendo na mão,
o imaculado que mostras no olhar.

Sedução, música suave e piano,
são razões para amar quando anoitece,
sonhos dum poeta em pleno desengano,
deste alguém que não te esquece.