Filho

Filho!
Acredita-me, eu vou bem,
cá vou indo no meu viver,
estou sofrendo, lutando a correr,
com loucura para tu seres alguém.
Perdoa-me a insegurança a que te levei,
se calhar houve passos errados que dei,
Falta aqui a tua voz na mesa do jantar
e esse riso de criança no ar.
Tu vieste e não houve outro jeito,
senão te apertar contra o peito.
Há horas felizes que eu lembro e repito.
Amanhã quero brincar de avô
no chão da sala a fazer de burrito.
Há tempo de desatar esse nó,
vai haver tempo pra tudo,
olha o sol que nasce, miúdo.
Tu fazes parte de mim,
és um complemento do meu ego
e portando eu te delego,
vive, sonha que o meu amanhã sorrirá em ti.