Com um whisky a coisa vai

Esta dupla destilação, deste malte agridoce,
faz à minha inspiração, o fervilhar que te trouxe.
A mente ao turvar amofinou, daí, surtiu a razão,
que a amamentou, neste cálice de conspiração.

Perdoo, mas afirmo a intolerância,
talvez um voo, a encurtar esta distância,
possa assim surtir efeito, dando à minha palavra,
o devido respeito e a este sentimento que me lavra.

Sinto a carência da confia, em frases loucas de ciúme,
desde o dia, em que percebi faltar o aprume,
a dúvida mais insegura e a questão inusitada,
que fez desta amargura, o afastar da tão amada.

Meu amor não tens razão alguma, na ambiguidade,
tanto mais que esta dor, já é velha e na verdade,
devias ser mais coerente, pois assim podemos perder,
um amor tão pertinente, como este que nos faz sofrer.

A razão não está somente e apenas, desse lado da questão,
eu afirmo os meus dilemas, não há nada, nem sequer razão,
portanto, sê salutar no pensamento, vai olhando para traz,
será que em algum momento, eu me mostrei pertinaz?

Sei que nada fiz de errado, nem nesta, nem noutra altura,
Este amor, se está lixado, a culpa só terá cura,
se tu pensares bem, que a razão pode ser fado
Pode ser que haja alguém, que queira o caldo entornado.

Eu mais uma vez confirmo, nada haver, nem intolerância,
mas acredita, a minha paciência esgotou, fez jactância,
nada mais digo, nem se verdade, se me amas, vais entender.
Eu amo-te, é esta a realidade, és a minha razão de viver.

Perdoa esta versão dos factos, sou teimoso, bem o sei,
mas de teimosias estou farto, as minhas e as tuas, que já perdoei.
Sê lúcida, pertinaz, olha a vida que se consome,
que por mais que eu seja audaz, não aceito este renome.

Confio na tua sensatez, no sexto sentido das mulheres,
não teimes na estupidez, que faz de nós outros seres.
Acredito que vais pensar, vais dar tempo à razão,
um dia ao voltar, vens com o amor te enchendo o coração.

Assim não continues, pois só podes piorar,
nem adianta que jures que me amas, que vai tudo mudar,
eu já pensei e repensei, em tanta coisa sobre isto,
que meu amor, já nem sei, porque teimo, porque insisto.

Sinto que não tens facilitado, a um amante louco como eu,
este meu amar pode ser inusitado, mas é o meu!
É assim que te amo, com esta perdição, sem sensaborias,
reclamo, para mim esse coração, todos os dias.

Amanhã, depois e vida além, se assim o quiseres.
Estás longe, eu sei-o bem, mas não desesperes.
Se me conseguires ajudar a ir até ti, eu vou
amanhã já, porque o ir é frenesi, prometo que me dou.

Dou-me inteiro a esta causa, a este amar-te,
não só hoje, ou com alguma pausa, na Lua ou em Marte
Quero-te minha, mas sem complexos ou barreiras,
estes assim, meu amor adivinha, não passam de asneiras!

Eu entendo que amar, é doar-se sem nada exigir.
Sabes que o meu entregar, tem sido cheio de provir.
Minha querida entende…o amor só é saudável,
quando jamais depende, de incerteza intolerável.